A Coroa de Ossos Dourados – Um Livro Três Com Cara de Livro Dois

Oi gente, tudo bem? Hoje eu vim falar sobre A Coroa de Ossos Dourados, terceiro livro da Série De Sangue e Cinzas (nome também do primeiro volume), da autora Jennifer L. Armentrout, publicado no Brasil pela Galera Record.

Quem já me acompanhou falando sobre os outros dois livros, deve se lembrar que eu terminei o volume anterior (Um reino de Carne e Fogo) com muitas expectativas! Isso porque a última cena é eletrizante!

O QUE ACONTECE EM UM REINO DE CARNE E FOGO

(A seguir estão algumas informações sobre o final do segundo livro dessa série, se você ainda não leu e quer evitar spoilers, vá para o próximo tópico).

Poppy acabou de destruir as pessoas que a atacaram no templo e fica atônita com a proclamação da Rainha Eloana de que ela é a verdadeira herdeira do trono de Atlântia. A partir de então, nossa protagonista descobre que sua origem vai muito além do que poderia imaginar, assim como seu poder.

“Eu… eu queria ser aceita pelas pessoas no Templo, mas eles me chamaram de Devoradora de Almas. Eles… eles me chamaram de Donzela, e eu não era nada disso. A raiva superou o horror. […] Eles iriam pagar pelo que haviam feito comigo. Cada um deles iria descobrir exatamente o que eu era.”

Com o final do segundo livro, havia muita coisa para esperar em A Coroa de Ossos Dourados, principalmente em torno dos poderes de Poppy, sua herança e o que isso significaria para Atlântia e Solis. Nesse terceiro volume, uma traição é revelada e uma facção secreta se ergue unindo-se aos Ascendidos contra Poppy.

(Fim dos spoilers)

O QUE EU ACHEI DO TERCEIRO VOLUME DA SÉRIE DE SANGUE E CINZAS

Em A Coroa de Ossos Dourados, Poppy está mais madura e confiante, mas a história em si não me surpreendeu da mesma forma como nos volumes anteriores.

Começou muito bem, resolvendo o cliffhanger que o segundo livro deixou, mas a partir daí, não acontece muita coisa.

Com suas quase 700 páginas, o livro adiciona algumas informações importantes a respeito da história, mas que poderiam ter sido entregues em um volume reduzido pela metade. Algumas revelações e a maneira como tudo foi contado para nós, como público, ficou um pouco repetitivo para mim. Por exemplo, a forma como Poppy tem tantas perguntas e Kieran ou Jasper são sempre as fontes de todas as informações que ela precisa, como enciclopédias falantes.

“Os ossos que você está segurando não são ossos comuns. São os ossos dos antigos deuses. E, por serem os ossos das divindades, eles contêm a magia primitiva, o éter. Esses ossos são inquebráveis, imbuídos por aqueles que têm o sangue dos deuses nas veias.”

A impressão que eu fiquei é que, para compensar a falta de trama, a autora usou cenas de sexo para preencher este livro, deixando tudo muito aleatório.

Jennifer L. Armentrout já fez muito uso das receitas de fantasia com romance (que a meu ver, estavam funcionando bem até então), mas parece que ela se empolgou com esse último ingrediente e a proporção de desenvolvimento para cenas de sexo ficou muito desigual.

FANTASIA COM ROMANCE OU HOT COM FANTASIA?

Se eu pudesse definir A Coroa de Ossos Dourados diria que é um livro feito com 50% hot e 50% de intrigas políticas que não levam a lugar nenhum, não até novamente esse volume chegar ao final e deixar mais um cliffhanger para o próximo.

Eu não sou de me incomodar com livros que são lentos e tem pouca ação se eles exploram o desenvolvimento de personagens, mas nesse caso eu particularmente, não achei que compensou.

“Estou apaixonado por você e continuarei apaixonado quando der o último suspiro e muito depois no Vale. Mas não tenho a menor intenção de entrar no Vale tão cedo […] e, mesmo que você me odeie pelo que estou prestes a fazer, eu vou passar o resto das nossas vidas compensando isso.”

Mesmo com as cenas um tanto descompensadas, é interessante acompanhar o crescimento do casal e mostra que um é tudo vida do outro. Para quem é fã de romance e de grandes declarações, pode ter certeza que irá encontrar muitas frases apaixonadas.

O QUE EU GOSTEI EM A COROA DE OSSOS DOURADOS

Apesar das questões mencionadas acima, devo dizer que os personagens que ganharam meu coração no livro anterior continuaram me prendendo à trama, em especial Kieran e Vonetta. Suas brincadeiras e camaradagem deram sustentação e prazer de acompanhar um volume sem muita história.

O que dá profundidade a esse volume são todos os enganos, meias verdades e revelações que ocorrem ao longo da série. Grande parte da fundação desse mundo são mentiras que levaram Poppy a questionar tudo o que ela já conheceu. A autora utiliza seus artifícios para revelar informações lentamente, enquanto fornece iscas e que deixam o leitor chocado e satisfeito quando a verdade finalmente é revelada.

Vou continuar indicando essa série para quem gosta de fantasia com boas doses de romance e que adora acompanhar protagonistas que amadurecem ao longo da história. Esse terceiro volume foi o que menos gostei até então, mas de modo algum vou querer parar por aqui.

A história ainda me instiga e eu preciso saber como ela termina. O próximo livro, A Guerra das duas Rainhas, será lançado no início de 2023 e estou super curiosa para saber o que irá acontecer!

Me conte, está lendo alguma série atualmente? Também adoraria saber sua opinião sobre este livro ou sobre outro da série De Sangue e Cinzas se você já leu!

Conheça outros livros da Galera Record que já passaram por aqui.

Beijos, Flávia 🙂

FICHA TÉCNICA

Título: A Coroa de Ossos Dourados (De Sangue e Cinzas #3)
Autor: Jennifer L. Armentrout
Tradução: Flávia de Lavor
Editora: Record (Galera)
Ano de Publicação: 2022
Número de páginas: 672