Bienal do Livro 2022 – Arena Cultural traz Bruna Vieira

Após dois anos de isolamento social, finalmente estamos vendo grandes eventos abrirem as portas. Agora, chegou a vez da maior feira de livros abraçar seu público em São Paulo, na 26ª Bienal do Livro, que teve sua primeira volta presencial no sábado (2). E esse é o sentimento que o evento despertou neste primeiro fim de semana: abraço, acolhimento.

Se tem uma coisa que senti falta durante esse período de reclusão por causa da pandemia, foi do contato com pessoas. Não com uma ou duas, mas várias ao mesmo tempo e no mesmo espaço. E a quantidade de pessoas que estavam presentes no evento neste fim de semana era tão grande, que nem os organizadores da Bienal esperavam vender tantos ingressos, cerca de 1 milhão.

Estandes e corredores lotados, filas para autógrafos e compra de livros, bate-papos e palestras com figuras como Maurício de Souza, Thalita Rebouças, Xiran Jay Zhao e mais. A Bienal do Livro de São Paulo retornou com veemência nesta edição, e o blog Coruja Geek teve o prazer de ver tudo isso de perto. Veja como foi o primeiro final de semana da maior feira de livros!

Criatividade, dinamismo e interação

Assim podemos descrever os estandes das editoras no evento literário. É difícil elencar qual está melhor e se destaca mais, porque é uma experiência diferente a cada visita, independente da sua idade. Mas uma coisa é fato: podemos ver que todas as editoras, grandes e pequenas, se esforçaram para montar um espaço criativo, que conversa com seu público-alvo e interage.

A interação é um ponto forte nas estandes, principalmente nas redes sociais. Algumas apostaram no TikTok para oferecer brindes aos leitores que seguiam e marcavam a editora na publicação; outras montaram cabines de fotos com referência à livros – estas formavam filas enormes; e também tinham os estandes com atividades e jogos com o propósito parecido de oferecer brindes.

E mesmo que você não entre no estande, o lado de fora também conversa com o público. Vamos pegar o exemplo da Editora Rocco, que apostou na temática do Harry Potter, tanto dentro, como fora. Se você é um Potterhead apaixonado pela saga, não tem como você não se sentir atraído para visitar o estande e tirar uma foto. Outro exemplo é a Editora Seguinte, que mostra sua essência jovem no ambiente bem iluminado, na cabine de fotos e na decoração. Até a estátua de Carlos Drummond de Andrade no espaço da Record foi alvo de várias selfies.

Esses são apenas três dos 182 expositores. Uau, criatividade e imersão é o que não falta nessa edição!

Diversidade de Pautas na Arena Cultural

A Bienal do Livro deste ano promete trazer várias atrações e discussões para o palco da Arena Cultural. Logo pela manhã do sábado, 2, a primeira pauta na Arena foi sobre práticas meditativas e seus benefícios para nossas vidas. “Não estamos aqui apenas para comprar livros, mas para preservar a cultura da paz, do conhecimento e da sabedoria”, disse Abadessa Mestra Miao You, do Templo Zu Lai.

Logo em seguida, Luiza Trigo, que escreveu “Meus 15 Anos”, publicado pela Rocco, e as autoras de “Um Ano Inesquecível”, publicado pela Editora Gutenberg, Babi Dewet, Bruna Vieira, Paula Pimenta e Thalita Rebouças subiram no palco ao lado de Leh Pimenta (Clube do Livro de BH), que mediou o bate-papo sobre as adaptações de livros para filmes e séries.

Foi uma conversa acolhedora e dinâmica que abordou diversos assuntos importantes para a literatura e também para o cinema, desde o processo de adaptação de um livro para as telas à criação de personagens e seus papéis na inclusão e representatividade de minorias e diversidade, seja na pele, no cabelo ou estilo de vida.

O leitor/espectador se vê no personagem, e mínimos detalhes nas características dele podem influenciar na experiência e vida de quem está lendo ou assistindo. “Cabelo é identidade. A maioria dos povos se identificam pelo seu cabelo”, exemplifica Leh Pimenta. “A gente vem de várias camadas de preconceitos diferentes da nossa sociedade que vai arcando dentro da gente, e aos poucos vamos entendendo”.

Já na parte da tarde, a Arena Cultural foi à loucura quando viu o pai da Mônica, do Cebolinha, da Magali e do Cascão subir ao palco. Apenas a presença de Mauricio de Sousa, cartunista e criador da Turma da Mônica, despertou a criança interior de muitos que estavam ali para ouvi-lo – inclusive a minha. O bate-papo foi sobre sua trajetória ao longo desses anos e seus últimos lançamentos: “Sou um Rio”, “Horácio, Completo” e “Biblioteca Mauricio de Sousa”.

A Bienal também contou com a presença da autora canadense Xiran Jay Zhao, que escreveu “Viúva de Ferro”, best-seller nº1 no New York Times. O livro, publicado no Brasil pela Intrínseca, explora a jornada da primeira e única Imperatriz da China, Wu Zetian, em um futuro distópico. No bate-papo, a autora falou sobre o livro e também respondeu algumas perguntas que foram abertas para os fãs na Arena fazerem.

Além dessas figuras marcantes no primeiro dia, o domingo (3) na Bienal foi tão agitado quanto no sábado, e contou com atrações como Elena Armas, Giu Domingues, Elayne Baeta, Rezende e Louise Sheran, entre muitas outras. E tudo isso acontecia enquanto escritores, artistas e outros profissionais se apresentavam em outros espaços do pavilhão da Expo Center Norte.

A 26ª Bienal do Livro de São Paulo iniciou neste sábado, 2, e continua até o dia 10 de julho, com participação de Daniela Arbex, Mario Sergio Cortella, Alice Oseman, Iberê Thenório (Manual do Mundo), Jenna Evans Welch (Amor e Livros) e muito mais na agenda.

E você, participou ou vai participar da Bienal? Qual autor você entraria na fila para pegar um autógrafo?

Abraços e até a próxima, Amanda!