Casa das Estrelas – o Universo pelo Olhar das Crianças
Oi pessoal, tudo bem? Aqui em Santa Catarina o friozinho chegou. Precisamos dormir com cobertor e para sair quase é preciso casaco (mas eu não curto muito roupas de frio haha). Aproveitei o último feriado para adiantar algumas leituras, entre eles Casa de estrelas, publicado pela Editora Planeta.
Casa das estrelas é um livro curtinho organizado por Javier Naranjo. O que começou com uma divertida brincadeira na escola aos poucos se tornou combustível para essa obra que encanta desde a sua edição que é lindíssima. Uma fantasia que mostra a visão das crianças sobre as mais diferentes palavras.
javier naranjo
Ao longo dos anos, Javier Naranjo, professor e poeta colombiano, coletou defi nições que seus alunos do curso primário davam a palavras, objetos, ideias, pessoas, lugares e sentimentos. Os pequenos verbetes, reunidos no grande sucesso Casa das estrelas, oscilam entre o poético, o lúdico, o melancólico e o revelador.
Crianças não têm filtros
As crianças não têm filtros, ou como diz Javier, ainda não foram influenciadas pelo mundo externo, ou tão influenciadas como nós adultos. Elas têm mais facilidade de contar aquilo que lhes vem à mente sem precisar pensar antes ou calcular o quanto é certo ou errado.
Por causa dessa característica, em particular, que os professores reuniram palavras aleatórias e deixaram as crianças livres para escrever sobre cada uma delas. O resultado? É interessante perceber o que é possível descobrir quando as crianças definem certas palavras. Seja ela: amor, guerra, adulto, tristeza, tempo.
“O que é amor? A chuva, ver a chuva cair, ver as árvores, as coisas, os presépios. Todas as coisas que há no mundo”. (Daniel, 5 anos)
Naquele momento é somente a criança e o papel. Sem perguntar aos pais, ao professor ou pesquisar em algum lugar. Ela escreve sua percepção sobre determinada palavra ou que sente a respeito quando a ouve.
Em que ambiente as crianças vivem?
O que mais me chamou atenção é que pela resposta da criança é possível ter uma ideia sobre o ambiente em que vive. Quando perguntado sobre a palavra “mulher”, por exemplo, a criança logo diz que é “um ser vivo capaz de prejudicar os demais”. Ou quando questionada sobre “lar” responde “é um inferno”. Ou ainda sobre “casamento”, “é a pior coisa do mundo”. Como crianças de 11 e 8 anos, respectivamente, podem ter essa percepção?
“O que é branco? O branco é uma cor que não pinta”. (Jonathan, 11 anos)
Por respostas assim é possível ter uma ideia sobre o ambiente em que aquela criança vive. Indo em direção oposta a respostas como “lar… calor de onde vem toda a família”. Conseguem perceber como as crianças desde cedo já observam tudo ao seu redor? Como essas experiências formarão seu caráter quando adultas?
O que é tranquilidade?
Por outro lado, há algumas respostas hilárias e que rendem boas risadas. Li junto com meu namorado e ele se divertiu bastante. Quando questionada sobre “corpo” Jenny responde “é parte da cabeça”. Ou o Camilo sobre “adulto” é uma “criança que cresceu muito”. Essa foi engraçada. Uma das que fez a gente rir muito foi sobre “tranquilidade”, a Blanca respondeu “por exemplo, o papai dizer que vai bater em você e depois dizer que não vai mais”. Até eu fiquei tranquila que não tomaria uma surra haha E olha que sempre fui uma criança muito bagunceira.
“O que é criança? Quando nasce é pequenininha e quando cresce um pouquinho e não sabem seu nome, chamam de menino”. (Daniel, 7 anos) – achei essa bem criativa!
O livro tem 145 páginas e você consegue ler rapidinho. Demorei mais porque ia trocando ideias com meu namorado. Algumas definições infantis são hilárias. Como o que é “poesia”, para Blanca, de 10 anos, é “tem vezes que alguém não tem nada pra fazer e começa a escrever poesias”. Já outras são inspiradoras como “pensamento”, para Fabián, 12 anos, “é uma forma de agir antes de falar”. Essa foi uma das minhas favoritas.
Sobre “Casa das estrelas”
Bom, poderia contar várias outras definições que gostamos mas diminuiria a surpresa de vocês ao lerem, então é melhor apreciar cada página com um sorriso no rosto e imaginando cada criança em sua carteira na escola pensando o que é cada uma dessas palavras.
Para terminar também achei interessante a reflexão que o autor faz sobre como os adultos com o tempo perdem a característica de admirarem algo pela primeira vez. Sempre sendo racionais, classificando tudo e não experimentando coisas diferentes. Javier diz o quanto precisamos e temos a aprender com as crianças.
“O que é mão? Apanha as coisas, ajuda a escrever, mas também se cansa, tem que deixar ela descansar”. (Paula, 7 anos)
Quanto a edição dispensa comentários. A arte de capa, a combinação de cores, as fontes, ficou tudo muito lindo. Sem contar que traz um comentário especial da Jout Jout sobre a leitura. Então, se você curtiu um tantinho do que contei aqui coloque na sua lista de próximas leituras.
Agora me conta, já tinha visto livro mais lindo? Gostou da proposta do autor? Conheça outros livros da Editora Planeta! Antes de ir deixe um comentário 😉
Até o próximo post, Érika ♡
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Olá Érika, tudo bem?
Nossa, parece ser um livro maravilhoso, daqueles que vamos amar cada pedacinho, por conta da importância e das reflexões que pode trazer. Imagino que algumas definições das crianças deva ser bem diferente e até mesmo assertivas. O fato de ser curtinho também é algo que me anima. Arrasou demais no post!
Beijos!
Olá Erika, tudo bem?
Adorei a sugestão 🙂 Muito Obrigada!
Bjs Karina
Eu sou fã das suas fotos, já te sigo na outra rede e fico admirada com o seu talento pra fazer imagens bonitas. Sobre o livro, vou colocar na lista de leitura pra minha filha, acho que ela vai amar. Bjks
O livro é bastante encantador, realmente as crianças não têm filtros, é um livro gostoso de ler, a história tem uma importância sobre a criança, gostei muito da sua indicação, bjs.
Olá Érika,
que ideia sensacional, hein? Eu tenho dois filhos pequenos e sei bem como esses pitoquinhos são incríveis em sua forma de enxergar o mundo. Também amei a resposta sobre o que é o pensamento, por essa nem eu esperada. Eu ainda não havia lido nada a respeito deste livro, espero que assim como eu acabei de descobri-los muitas outras pessoas possam tomar ciência de sua existência para que as crianças possam seguir inspirando e divertindo esses adultos enferrujados de mente pouco criativa que estamos nos tornando rs. Adoraria conferir a edição de perto, você ficou tão satisfeita que me deu vontade de folheá-la.
Abraços!
Oi Erika!
Adorei a proposta do autor, a mente de uma criança é tão direta como inocente em sua maneira de ver as coisas, mas que elas aprendem muito mais olhando e prestando a atenção do que lhes ensina. Fico triste quando vejo um relato tão triste da primeira criança sobre o ambiente que vive, porque isso ela leva para a vida adulta e pode influenciar em seu futuro. Mas enfim adorei saber sobre esse livro e curiosa para saber mais sobre as respostas dessas crianças, obrigado pela dica, parabéns pela resenha, bjs!
Gostei muito da resenha, na verdade gosto de todas as resenhas que você faz, conseguimos entender bem a proposta do livro, amei de mais <3
Hey, Erika!
Que gracinha de livro… Eu adorei essa indicação. Acho que faria de boa essa leitura também.
Eu confesso que nunca tive muita paciência com crianças não. Nunca fui de gostar dos filhos dos outros. hahaha Tipo, respeitava, e tudo. Nunca tratei mal. Mas, não tinha aquela fissura que algumas pessoas tem com pequenos.
Mas, hoje, depois de ser mãe dos 3 meninos, eu tenho um universo todo diferente em mente. Tenho muito mais paciência, mais respeito, mais amor.
Ah, e eu tenho muitos problemas com frio. ODEIO roupa de frio. E voltar a morar no sul foi um probleminha pra mim.
Grande abraço
Confesso que Casa das Estrelas traz uma proposta bem diferente de tudo o que já vi. Então, acho que a Editora Planeta acertou no tom dessa publicação. Livros que remetem ao olhar do mundo através dos olhos/imaginação das crianças, sempre são marcantes e cativantes. Gostei da reflexão final que traz também, sobre como ao longo do tempo alguns adultos perdem essa característica de apreciar algo pela primeira vez.
Não conhecia esse livro não, mas achei a capa bem interessante.
Adorei sua resenha!
Olá Érika, que gracinha de livro. Eu ainda não conhecia, mas ri litros aqui com a definição de poesia, haha. E sim, através de algumas respostas das crianças, é possível ver o tipo de lar em que elas vivem, e ter uma noção de realidade particular. Dá várias margens para estudos psicológicos e sociológicos, apenas por essas respostas. Achei super interessante, especialmente por ser, apesar de tudo, uma leitura gostosinha e rápida de se fazer.
Bjks!
Aah deve ser jma leitura encantadora. Queria hahaha to rindo muito com a definição de poesía kkkkkk
Crianças soltam cada pérola 🤣🤣🤣
Aqui em Sergipe está um calor sofrível, depois das 6 da manhã não dá para fazer caminhada em virtude de tanto calor. Sério, passo mal. E esse livro, hein?!?! que coisa mais linda, lúdica e necessária, acho ótimo para mim, em primeiro lugar heheheheh, e para quem trabalha com Arteterapia talvez seja uma boa, apesar de ter um público bem amplo, lógico.
Ah que delicia de resenha, imagine o livro! Precisamos de leituras assim, leves e verdadeiras como as crianças, boa pedida nessa noites frias. Amei a dica e sim estará em minha lista de leitura para esse ano. Bjo grande.
Oi! Eu adorei a sugestão é maravilhosa e gostei da capa. Já coloquei na lista de leitura <3
Este livro me fez lembrar do livro o Pequeno Principe que li na infancia é sempre um momento bem marcante. E como as crianças associam as cores ao sua forma de ver a vida.