Duas Vidas – A História de Um Rapaz Que Percebeu Que só Tinha Uma

Oi gente, tudo bem? Hoje vim contar sobre uma história extremamente emocionante e que eu terminei com lágrimas nos olhos. Duas Vidas é uma Graphic Novel do quadrinista francês Fabien Toulmé, publicado pela Editora Nemo.

Sim, foi a primeira história que eu li que me fez chorar! Eu já fiquei bastante tocada com outras leituras, mas essa de fato mexeu comigo de forma única! É uma história sobre coragem e recomeços. Sobre nunca ser tarde demais para correr atrás dos nossos sonhos.

“- E como fez para começar? O que te motivou a largar tudo?

– Foi simples. Em vez de ficar pensando, me demiti (…) acho que quanto mais a gente pensa, menos ousa.”

A HISTÓRIA DE DOIS IRMÃOS BEM DIFERENTES, MAS COMPANHEIROS ACIMA DE TUDO

Baudouin é um cara introvertido e que vai de casa para o trabalho em uma rotina sem grandes emoções. Luc, por outro lado, é um espírito livre, alegre e cheio de amigos, que viaja o mundo como médico de família.

Eles são a definição perfeita da trope de personagens “grumpy and sunshine” para irmãos, ou seja, um deles tem uma personalidade mal-humorada/rabugenta (Baldouin) enquanto o outro tem uma personalidade otimista/iluminada (Luc).

Baudouin: “Não sei porquê, mas tenho a impressão de estar fazendo uma besteira atrás da outra.”
Luc: “Eu já acho que você está colecionando besteiras há dez anos e que pela primeira vez em muito tempo está fazendo coisas sensatas.”

Luc possui um jeito único de encarar a vida, sendo um personagem muito marcante. Baudouin é cativante ao seu modo, e apesar de ele não ter a energia de Luc, é adorável acompanhar sua trajetória cedendo, aos poucos, as ideias do irmão mais velho e se abrindo para experiências novas.

DUAS VIDAS É UMA GRAPHIC NOVEL SOBRE APROVEITAR O QUE NOS RESTA

Balduin é um jurista que não gosta nem um pouco do seu trabalho. Seus dias são tão sufocantes que ele constrói um dispositivo para contar os dias que faltam para sua aposentadoria. Certa manhã, no banho, ele encontra uma protuberância estranha na axila. Ele pede a opinião de Luc, que consegue uma consulta com um amigo especialista.

Dias depois, Balduin recebe o resultado dos exames médicos: ele está com câncer e tem apenas alguns meses de vida.

Em alguns capítulos de flashback, acompanhamos a juventude de Balduin. Uma criança doce com grande interesse pela música. Entendemos o motivo de ele ser tão infeliz. Acompanhamos sua relação com o pai rígido e distante, sua banda de rock na escola, sua timidez em relação às mulheres.

O fato de ele ter escolhido estudar direito em vez de música apenas por causa de seus pais. Percebemos porque mesmo com um trabalho bem remunerado ele não se sente realizado.

Mas esta é apenas uma parte da história. Esta é apenas a “primeira vida” de Balduin. E a segunda vida começa quando ele decide ir com o irmão para o Benim.

“Estou me dando conta de todo o tempo que perdi tentando levar uma vida que não era minha.”

ANTES DE PARTIR: A SEGUNDA VIDA DE BALDUIN

Claramente, Balduin fica devastado ao saber que morrerá em breve. Suas angustias tomam conta, mas felizmente seu irmão está disposto a ajudá-lo. Luc lhe propõe que faça uma lista de coisas que gostaria de fazer antes de morrer. A realização dessa lista é engraçada e emocionante!

“Você tem duas vidas. A segunda começa quando você percebe que só tem uma”. – Confúcio

Brigar com o chefe, dizer que ama o pai, tocar num show, viajar, encontrar o verdadeiro amor. Parece muito para quem tem só alguns meses de vida né?

É PRECISO CORAGEM PARA ESCOLHER A VIDA QUE SE QUER

A morte é provavelmente a situação mais solitária que o ser humano enfrenta. E por mais triste que essa história possa parecer, é reconfortante saber que o nosso protagonista não estará sozinho nessa empreitada.

Descobrir que nossa expectativa de vida se resume a meses pode muito bem nos levar a fazer coisas que jamais imaginamos. Chutar o balde, começar uma vida nova, fazer aquilo que realmente queremos e que nos deixa feliz. Ter a coragem de correr atrás dos nossos sonhos.

A grande reflexão que fica é: será mesmo que precisamos chegar no fim da vida para decidirmos correr atrás dos nossos sonhos?

Quer conhecer mais sobre o trabalho do autor? Veja a resenha que saiu aqui no blog de Suzette e o post sobre o Festival Internacional de Quadrinhos (FIQ). E não esquece de me contar nos comentários se você lê Graphic Novels e se tem uma favorita.

Beijos, Flávia ♡