Em Outra Vida, talvez? Destino, Amor, Universos Paralelos e Pãezinhos de Canela

Oi gente, tudo bem? Hoje a resenha é de um livro de uma autora que eu gosto muito: Taylor Jenkins Reid. Em outra vida, talvez? foi o primeiro romance da autora publicado no Brasil, pela Editora Record. Este ano ele ganhou uma nova capa e voltou para conquistar mais e mais leitores.

Eu já li quase toda a bibliografia da Taylor, mas confesso que sempre sou surpreendida a cada história! Depois de conhecer bastante o trabalho de um autor, a gente acaba percebendo algumas fórmulas, não é mesmo? Eu já notei algumas características bem marcantes em suas obras, mas apesar de alguns pontos em comum, cada livro acaba sendo bem único e me tocando de formas particulares.

UMA HISTÓRIA SOBRE ESCOLHAS E SUAS CONSEQUÊNCIAS

Em outra vida, talvez? conta sobre Hannah que, aos 29 anos, já morou em seis cidades diferentes. Após descobrir que o namorado era casado e já tinha uma família, ela decide retornar a sua cidade natal, Los Angeles, e recomeçar. Seus pais já não moram mais lá, desde que foram acompanhar a carreira de sua irmã mais nova e se mudaram para Londres.

Mas ela tem o apoio de sua melhor amiga, Gabby, que lhe oferece o quarto de hóspedes na casa onde vive com seu marido. Gabby já recebeu a amiga em sua casa antes, quando ainda morava com seus pais e eles são praticamente como uma família para Hannah.

Hannah ainda está um pouco desnorteada com tudo o que passou. Mesmo sem emprego e vivendo de favor na casa da amiga, ela está disposta a enfim, fixar suas raízes.

“Minha vida até pode ser meio que um desastre. Talvez eu nem sempre tome as melhores decisões. Mas não vou ficar aqui deitada olhando fixamente para o teto a noite toda preocupada. Em vez disso, durmo um sono profundo, acreditando que farei melhor amanhã. As coisas serão melhores amanhã. Amanhã eu vou dar um jeito nisso tudo. Amanhã será, para mim, um novo dia.”

A DIVISÃO DAS LINHAS TEMPORAIS DE EM OUTRA VIDA TALVEZ

Para comemorar seu retorno, Hannah sai com Gabby, e acaba encontrando também com Ethan, seu ex-namorado do ensino médio. Eles foram separados pela vida, mas não esqueceram um ao outro. No final da noite, Hannah tem uma escolha: voltar com Gabby ou ficar com Ethan. Nesse momento, a história se divide levando os leitores a dois caminhos diferentes na vida da protagonista.

“A vida é longa e repleta de um número infinito de decisões. Preciso acreditar que as pequenas escolhas não importam, que vou acabar onde tenho de acabar independentemente do que fizer. Meu destino irá me encontrar. Então, eu decido…”

Em realidades paralelas, Hannah vive os efeitos de cada decisão, com capítulos sendo contados de forma alternada. Rapidamente, esses dois universos se desenvolvem em histórias independentes e com consequências distintas para Hannah, bem como para as pessoas ao seu redor.

À medida que as duas realidades alternativas seguem seu curso, Em outra vida, talvez? levanta questões sobre destino e amor verdadeiro e sobre as consequências de cada decisão que tomamos.

O que se segue é uma análise cuidadosa do livre-arbítrio versus destino em que Hannah descobre que desastres podem trazer bênçãos inesperadas e que a maioria das pessoas está disposta a lhe trazer seus pãezinhos de canela favoritos.

OS CAPÍTULOS ALTERNADOS E A ESCRITA VICIANTE DE TAYLOR JENKINS REID

As duas realidades mostradas são bastante complexas, como a vida naturalmente é. Essa história é um retrato honesto da vida, com dificuldades e vitórias, amores e perdas, risos e lágrimas, escolhas difíceis e apostas.

Esse livro não é um conto de fadas perfeito, mas parece muito real e é contado de uma forma que contribui para isso. A vida pode até dar voltas e reviravoltas inesperadas, mas a beleza disso tudo é que às vezes você acaba em um lugar melhor do que poderia ter imaginado.

Em ambas as linhas do tempo, há a perspectiva de romance. Como os capítulos são alternados, nós ficamos presos e ansiosos para continuar lendo, sempre à beira de querer mais de cada uma dessas realidades. Eu realmente esperava gostar mais de uma do que do outra, mas achei as duas tão bem desenvolvidas e com personalidades tão adoráveis que foi impossível escolher a minha favorita.

TAYLOR JENKINS REID E A CRIAÇÃO DE SEUS PERSONAGENS

Em outra vida, talvez? apresenta um conjunto harmônico de personagens. Hannah é uma protagonista a procura do seu melhor e sua jornada pode ser seguida com muita facilidade. O elenco de apoio com sua amiga Gabby, e os interesses amorosos complementam a narrativa em questão. Os temas relacionados a eles transcorrem bem, sendo uma história que você pode acompanhar prazerosamente do começo ao fim.

Fato sobre os personagens criados por essa autora: eles são incrivelmente reais! São pessoas comuns, cometem erros e apresentam suas imperfeições. Eles são frágeis em alguns momentos e surpreendentemente fortes em outros. E acho que é isso que torna seus livros tão atraentes! Mais uma vez a autora me conduziu a uma jornada emocional com personagens que me deixaram com um sorriso no rosto.

MAIS DO QUE ROMANCE, ESSE LIVRO É SOBRE PERDAS, AMIZADE E SUPERAÇÃO

Em outra vida, talvez? mostra que apesar das diferentes escolhas que podemos tomar em torno de uma simples decisão, sempre haverá consequências. Não é possível ter tudo, mas até mesmo na realidade mais difícil, a história mostra que Hannah é capaz de encontrar seu caminho e superar as adversidades.

“Como se chora a perda de uma coisa dessas? Como se chora a perda de uma coisa que você nem sabia que tinha? Algo que nunca quis, mas algo real, algo importante. Uma vida.”

O mais interessante disso tudo, é que independente de qual universo Hannah se encontra, ela sempre carrega sua paixão pelos pãezinhos de canela! (brincadeira, rs) independente de qual universo Hannah se encontra, Gabby e sua família certamente estarão ao seu lado.

Eu gosto de acreditar que as pessoas que conhecemos na vida são por uma razão. Para nos ensinar algo, nos ajudar a crescer e ter uma conexão significativa. Eu amo como a autora garante que as pessoas certas estejam na vida de Hannah em ambos os universos.

“A gente passa tanto tempo chateada por estar num hospital que é quase chocante pensar em quantas pessoas nunca saem de um. Poderia não ter acordado. Mas acordei. (…) A diferença entre a vida e a morte pode ser tão simples e desconfortavelmente pequena quanto um passo dado em qualquer uma das duas direções.”

Houve momentos que permaneceram independentemente de Hannah ter dito “sim” ou “não” naquela primeira noite. Os diálogos, a sinceridade, o apoio mútuo, o vínculo inquebrável e a apreciação genuína que elas demonstram uma pela outra é único e comovente!

MULTIVERSOS E A NOSSA MELHOR VERSÃO

Em outra vida, talvez? leva o leitor a pensar em possibilidades ou realidades alternativas, ao mesmo tempo em que destaca a importância de apreciar a própria jornada também. A história nos lembra que não existem erros reais, apenas caminhos diferentes.

O melhor disso tudo é que não importa qual linha do tempo levou ao “felizes para sempre” real. Apesar da diferença nas vidas paralelas, as percepções de Hannah são as mesmas. Em ambos os mundos, ela acredita que encontrou o seu “felizes para sempre”.

“Se há um número infinito de universos, não sei como tive tanta sorte por acabar neste aqui.”

Eu simplesmente amei todo o conceito por trás deste livro! A ideia de que em algum lugar existe um número infinito de universos em que nós vivemos todas as escolhas possíveis. Um número incalculável de vidas.

“Eu sei que podem existir universos por aí onde eu fiz escolhas diferentes e que me levaram a algum outro lugar, que me levaram a outra pessoa. E o meu coração se parte por cada versão de mim que não terminou ao seu lado.”

Em outra vida, talvez? é uma história comovente, mas honesto, de amor verdadeiro, amizade e escolhas. Uma leitura perfeita para fãs de universos paralelos e de e pãezinhos de canela.

Conta para mim: Já leram algum livro da Taylor Jenkins Reid? Tem algum autor/a que você já leu boa parte das obras publicadas?

Beijos, Flávia 🙂