Em Queda – Uma História Eletrizante de T. J. Newman

Imagine que você seja obrigado a escolher: matar um grupo de 3 pessoas ou matar um grupo de 144 pessoas. Qual você escolheria? Esse é o dilema de Em Queda, livro de estreia de T. J. Newman, publicado pela Editora Planeta.

Provavelmente você respondeu o de 3 pessoas, certo? Mas e se essas 3 pessoas fossem a sua família? Ainda assim você escolheria sacrificá-los para salvar o grupo maior?

Essa é a escolha que Bill Hoffman tem que fazer.

“Veja, Bill, você provavelmente já entendeu o óbvio. Aqui está o resto. Ou você derruba o avião, ou vou matar sua família.”

Enredo eletrizante, parece um filme

Bill é piloto de avião, casado com Carrie e pai de dois filhos: Scott e Elise. Quando seu chefe, O´Malley, liga pedindo que ele assuma um voo de última hora como um favor pessoal, ele não pode recusar, apesar dos protestos de sua esposa.

O que ele certamente não imaginava é que esse seria o voo de sua vida, pois além de ser responsável por 144 passageiros, a vida de sua família também fica em suas mãos. Isso tudo enquanto ele pilota!

Sam é um homem do Curdistão, que, cansado das injustiças sofridas por seu país, principalmente como reflexo de guerras e ataques dos Estados Unidos, decide fazer justiça com as próprias mãos. Ele sabe que derrubar um avião comercial não trará nenhuma vida de volta – inclusive de sua própria família. Mas ele quer que os Estados Unidos sofram pelo menos um pouquinho.

“E tudo por causa de vocês. Vocês e sua ignorância. Sua indiferença. Sua falta de vontade e se importar. Então, agora, vocês e eu vamos pagar. Esta restituição patética não chega perto da justiça que os curdos merecem, mas é o melhor que posso fazer.”

Decisões são a marca do livro todo o tempo

Por mais que Bill tente conversar com Sam, ele está irredutível. Ele ordena que Bill escolha: ou segue suas orientações sobre como derrubar o avião e matar todas as pessoas a bordo, ou sua família morre. A essa altura, Sam está na casa de Bill, fazendo a família de refém. Detalhe: Bill fica vendo tudo por videochamada.

Obviamente Bill pensa em enganá-lo. É quando Sam revela algo totalmente inesperado: há alguém dentro do avião que está agindo em conjunto com ele, então ele saberá se Bill pedir ajuda a alguém, contar para alguém ou chamar o FBI.

Bill quebra as regras. Ele não vê outra saída! Ele conta somente para Jo, a comissária de bordo que ele conhece há anos e a pessoa em quem ele mais confia. Logo ela manda mensagem para seu sobrinho, Theo, contando o que está acontecendo e pedindo socorro. E Sam descobre!

Nada disso é spoiler, tudo acontece muito rápido no livro, nas primeiras páginas. Não tem enrolação! No restante da história, acompanhamos a visão de Bill, de Carrie e seus filhos enquanto estão sob a mira da arma de Sam e também da tripulação, que precisa arrumar um jeito de colocar todos os passageiros em segurança.

“ […] as pessoas só são boas até onde o mundo permite. Você não é inerentemente bom, e eu não sou inerentemente mau. Estamos apenas usando as cartas que a vida nos deu. Não tem a ver com a queda, Bill. Tem a ver com a escolha. Com pessoas percebendo que não são diferentes das pessoas más. Você apenas teve o luxo de escolher ser bom.”

Mensagens marcantes e de pesar o coração levam também drama para o livro de estreia de T. J. Newman

Além de acompanharmos todo o drama das pessoas envolvidas nesse atentado, também podemos ver o ponto de vista de Sam. É muito difícil e triste ver o que passam as pessoas que moram em um país que está sob constante guerra, na mira de países maiores. Isso pesa ainda mais pelo que está acontecendo na realidade! A população fica fragilizada e à mercê. Será possível criar empatia pelo terrorista?

Esse é o livro de estreia de T. J. Newman. Ela é uma ex-vendedora de livros que se tornou comissária de bordo, e escreveu este livro durante muitos voos noturnos. Eu duvido alguém terminar de ler essa história e não ficar pensando nela por dias, com o coração na mão. E não é isso que faz um bom livro? Nota máxima!

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Até breve, Thamy 🙂