Sozinha no mundo

Sozinha no Mundo – uma Aventura com Gostinho de Nostalgia

Oi gente, como vocês estão? Aqui em Santa Catarina voltou a fazer frio, chegou a quase 10° acredita? Bom para ficar debaixo das cobertas. Aproveitando esse clima terminei a leitura de Sozinha no Mundo, de Marcos Rey, um dos autores inesquecíveis da minha adolescência.

Se você leu o post sobre O estudante, sabe o quanto reler esses livros proporciona uma certa nostalgia. As edições publicadas pela Global Editora estão lindíssimas, impossível não querer pegar um táxi ou embarcar num ônibus sem destino certo pelas ruas de São Paulo ao lado de Pimpa e sua inseparável onça, Lila.

“Ouviu-se em seguida a ‘trilha sonora’. Era assim que Noel, em sua linguagem cinematográfica, chamava todos os ruídos que os irmãos faziam em casa.”

Grande parte dos livros da coleção Vagalume li entre a 6ª e 8ª série, quando morava no interior do Paraná. Foi nesse época que conheci a biblioteca do colégio (havia muitas opções mesmo sendo numa cidade pequena), também fiz minha carteirinha da biblioteca municipal (a moça que me atendia era bem simpática). Na sexta-feira levava diversos os livros para ler no final de semana.

Nesse colégio conheci Agatha Christie e Sidney Sheldon que se tornaram meus favoritos durante bastante tempo. Li Se houver amanhã, Nada dura para sempre, Um corpo na biblioteca, O assassinato no Expresso do Oriente, e Morte no Nilo. O que mais gostava era quando a professora de português pedia alguma leitura e depois deveríamos escrever sobre o que tinha nos chamado atenção. Literatura e português sempre foram as minhas matérias favoritas.

“‘Quanta coisa acontece nesta cidade!’ pensou Pimpa. ‘Ontem participava dum assalto num shopping center e hoje de uma gincana. A coitada da Lila deve estar desnorteada com os acontecimentos.'”

Agora vocês entendem porque ler Sozinha no Mundo é uma viagem ao passado. Vem comigo conhecer Pimpa e viver uma das aventuras mais inesquecíveis da sua vida.

Sozinha no mundo

O livro conta a história de Pimpa, uma menina de 14 anos, que viaja com sua mãe de Serra Azul a São Paulo para visitar um tio distante, chamado Leonel. Seu ex-marido enviava, todos os meses, uma certa quantia de dinheiro para a criação da menina. E “tio” Leonel, como o conheciam, era o responsável pela entrega do dinheiro.

Porém, o pai de Pimpa faleceu, e com isso elas pararam de receber o dinheiro. Dona Aurora, mãe de Pimpa, bastante doente, precisa desse dinheiro mais do que nunca. Ela então tem a ideia de vender todos os móveis, fechar a casa, e levar a menina para a cidade grande. O plano é chegar em São Paulo, encontrar “tio” Leonel, e pedir-lhe dinheiro para cuidar da saúde.

“Pimpa lembrou disso, mas foi o contato com Lila que a tornou mais calma. A oncinha falava mais no escuro, quando seus olhos brilhavam. ‘Durma, Pimpa’, dizia-lhe. ‘Aqui você está entre amigos, gente boa…”

Mas o inesperado acontece e Dona Aurora acaba falecendo no ônibus. Sem conhecer São Paulo, sem amigos, e quase sem dinheiro, Pimpa está sozinha no mundo.

No ônibus ela faz amizade com Noel e sua mãe, dona Berenice. Após o enterro, que foi pago pela prefeitura, a menina foi levada ao juizado de menores. Dona Berenice, que sentiu empatia por aquela criança órfã, ofereceu seu lar até que Pimpa encontrasse seu tio. Mas para sua surpresa, no dia seguinte, uma assistente social bem estranha apareceu do nada para levá-la embora. Com medo, e sem conhecer ninguém, Pimpa apenas fugiu.

“Correu para a esquina. Lá parou e olhou para a casa de dona Berenice. A assistente lhe dissera que a levaria ao Juizado de carro, talvez fosse aquele fusca preto.”

Essa é a primeira de incontáveis fugas que Pimpa irá vivenciar para escapar de pessoas que talvez queiram lhe fazer mal. Sem poder voltar à casa de dona Berenice o jeito é arrumar outro lugar para ficar até encontrar seu tio. Será que ele ainda mora em São Paulo? Por que aquela mulher a está perseguindo logo após o juiz concordar que ela poderia ficar na casa de Noel? Muitas perguntas para uma corrida eletrizante contra o tempo.

Marcos Rey

Minhas impressões

O livro tem menos de 150 páginas, foi uma leitura leve, dinâmica, e me deixou sem ar em alguns capítulos. A escrita de Marcos Rey dispensa comentários. Ele tem aquele jeito de conquistar o leitor e fazê-lo sentir-se no lugar do protagonista. Em Sozinha no mundo essa característica é essencial. Nos faz torcer, vibrar, e querer que tudo dê certo e Pimpa reencontre seu tio.

Os personagens são bem marcantes, cada um à sua maneira. Minha parte favorita foi, sem dúvidas, a do parque de diversões. Saber que eles têm discos e fazem correio elegante, como nas festas juninas, deixou um quentinho no coração. A senhora que cuida de mais de 30 cachorros também foi bem legal. Consegui imaginá-la chegando em casa e todos aqueles cachorros latindo e querendo a sua atenção.

“A amizade entre Pimpa e Marina consolidou-se logo no primeiro dia. À tarde foram visitar a loja em liquidação, onde compraram roupas. Depois fizeram um longo passeio pelo bairro, que a gorducha interrompeu ao ver uma lanchonete. Apesar do pratão do almoço, ainda tinha fome.”

Será que preciso dizer que Noel é meu favorito? Primeiro porque ele é muito simpático, quis fazer amizade com Pimpa desde o início. Segundo porque é um jovem cineasta e tem uma Super 8. Tem ideia que é uma câmera vintage? Depois faça uma busca no Google. Essa câmera foi usada no filme de mesmo nome com a Elle Fanning e Joel Courtney. Fica a sugestão para o final de semana.

Noel é aquele tipo de garoto que todas nós já conhecemos no colégio. De sorriso fácil, que sempre está pronto para ajudar, e tem um hobby que é sua marca registrada. Ele é fã de cinema e sabe todas as gírias cinematográficas, o que deixa a leitura ainda mais interessante.

“- Tem Beijinho doce?
Pimpa consultou a relação.
– Tem.
– Então toque e diga: ‘Raimundo dedica este número para Gracinda com todo o amor.'”

Assim como Pimpa também saí de uma cidade pequena para morar na cidade grande, detalhe sozinha. Mesmo já tendo me mudado de cidade desde a infância, a experiência de caminhar com as próprias pernas nos faz amadurecer num piscar de olhos. Recordo da inocência, confiança, e toda a expectativa de conhecer um mundo novo. Fazer amizades, viver experiências, e poder ser alguém. Hoje acredito que todas as pessoas deveriam passar por isso. Sair debaixo das asas dos pais nos faz enxergar tudo de outra forma, além da maturidade que adquirimos por viver situações que jamais imaginamos.

Essa leitura foi especial por diversos motivos, já sinto saudade das aventuras de Pimpa. E se você quer viver tudo isso ao lado de uma das personagens mais marcantes de Marcos Rey, fica aqui minha sugestão de leitura.

Agora me diz, você conhece os livros desse autor? Qual o seu favorito? Conta aqui nos comentários!

Até o próximo post, Érika ♡


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