Tempestades do Sul – Um Temporal de Sentimentos

Oi, gente! Como estão? Esse mês li mais um livro perfeito da Brittainy C. Cherry, Tempestades do Sul. O livro foi publicado pela Galera Record e é o primeiro de quatro livros, faz parte da Série Bússola.

(Se você for um leitor manteiga derretida como eu: prevejo lágrimas nessa leitura, só avisando!)

Tempestades do Sul conta a história de Kennedy, uma jovem mulher que vive em luto após a morte de seus pais e sua única filha. O desequilibrado (ou Encosto, o apelidinho que eu dei) que ela chama de marido nada faz para ajudá-la, que, por conta do trauma e da tristeza, desenvolve crises de ansiedades fortíssimas. E como o marido péssimo que ele é, como já deve ter adivinhado, o Encosto culpa Kennedy por ser descontrolada quando tem essas crises, acusando-a de envergonhá-lo.

E piora!!!!!!

O Encosto simplesmente EXPULSA a Kennedy de casa (Tuto pom?)

Sem ter para onde ir, a jovem resolve pedir ajuda para sua irmã, Yoana, que acaba se mostrando a luz que ela nem sabia que precisava, dando acolhimento emocional e um lugar para ficar. E é assim que ela vai parar em Havenbarrow, uma cidade pequenina, mas onde tem um lugar para chamar de seu.

E é nessa cidade pacata sem nenhum atrativo aparente que ela conhece seu nem tão simpático vizinho, Jax. O problema é que, depois de uns dias, ela percebe que já conheceu Jax, em um acampamento de verão, muitos anos atrás. Na época, eles eram melhores amigos, até que o garoto simplesmente parou de mandar cartas para ela sem dar nenhuma explicação.

Kennedy tenta reencontrar o garoto que Jax foi um dia, mas ele não está mais lá. Isso porque Jax ainda tem as próprias questões para resolver, seus próprios traumas e seus próprios machucados.

“Talvez meus traumas do passado tivessem fodido tanto a minha cabeça que acabei me tornando incapaz de amar alguém do jeito certo”

Não é segredo que eles vão, aos poucos, convivendo de forma a aceitarem as partes quebradas um do outro e, principalmente de si mesmos. Jax nota que não está tão curado quanto pensou que estivesse e Kennedy percebe que não tem nada de errado pedir ajuda.

RESPONSABILIDADE

Tempestades do Sul não é um romance leve, mas uma história para refletir. Fala bastante sobre perdas e culpa, mas principalmente sobre aquela parte durante a árdua tarefa de seguir em frente, que é tão difícil encontrar nos livros. Sabe, aquele momento em que os personagens estão mais quebrados, quando eles mais precisam de ajuda.

“Houve uma época em minha vida na qual eu me amava tanto que nunca sentia inveja de mulher nenhuma. O que aconteceu comigo?”

O que mais me chamou a atenção foi a responsabilidade da autora para os temas que ela cita, e são muitos. Os personagens estão totalmente partidos, mas tem outros personagens na história dispostos a mostrar isso para eles, dispostos a ser uma luz e dizer com gentileza que eles precisam de ajuda.

A Kennedy perde totalmente sua confiança, sua independência. A perda já a torna uma pessoa mais triste, e as constantes agressões verbais do Encosto a fazem se portar com obediência e submissão, o tempo todo tentando agradar as outras pessoas e se afastando mais dela mesma.

“Você merece viver seu processo de cura, e deveria poder falar sobre sua filha sem ser humilhada. Saiba seu valor. E então cobre mais caro.”

O Jax, além da culpa, perde completamente o amor-próprio. Não se sente uma pessoa que merece ser amada, não depois do que ele fez. Tem problemas com o pai, a cada dia mais senil, e mesmo que tenha um histórico de violência com o homem que o criara, sente que ainda deve a ele, de alguma forma.

Ao contrário de muitos livros de drama por aí, os personagens não vencem seus demônios graças ao poder do amor. Eles lidam com isso de uma forma muito mais humana, e achei incrível ver isso sendo transcrito para um livro, achei que foi um baita acerto!

“— Como se supera a perda de uma filha?
Ela se aproximou de mim e cruzou os braços.
— Você não supera. Você só segue em frente e agradece pelo tempo que tiveram juntas.”

Tempestades do Sul

ROMANCE

Sim, a química existe. E eu AMEI!

Os trechos do passado, de quando Kennedy e Jax eram crianças, com frequência invadem o presente, e isso só deixa a gente cada vez mais conectado com os personagens.

“Meu coração não podia mais se partir, porque já estava despedaçado.”

Eu amo as cenas em que são explicados os códigos que eles usam já adultos. O fato de eles ainda se lembrarem dessas piadas internas e de como percebem que ainda funcionam tão bem juntos me deu borboletas no estômago!

Eles voltam a ser amigos antes de se adiantarem para algo mais, e isso é totalmente compressível, visto que a Kannedy acabou recentemente o relacionamento com o Encosto e está relativamente ferida para algo novo. O Jax não força nada em nenhum momento e só a amizade de milhões deles já nos deixa torcendo para que alguma coisa aconteça – E LOGO PELO AMOR!!!

“Lá estava ele. O menino que eu conhecia ainda vivia dentro do homem de aço. Eu só queria que ele aparecesse mais vezes para brincar comigo.”

Há ainda a questão de que um tenta trazer de volta o que há de melhor no outro o tempo todo.

A Kennedy que o Jax conheceu era destemida e não abaixava a cabeça para ninguém. A culpa que ela sente a transformou em uma mulher mais quieta e submissa.

O Jax que a Kennedy conheceu era gentil, carinhoso e bondoso. Apesar de ele ainda ser todas essas coisas, a culpa transformou o garoto que ela conhecia em um homem até hostil à primeira vista.

E eu acho lindo que os dois, mesmo que inconscientemente, tentem trazer de volta as pessoas que eles conheceram. Com o passar do livro, eles entendem que as escolhas da vida de cada um deixaram marcas e que não dá para voltarem a ser quem era. Ao invés disso, aprendem algo importante: amar as novas pessoas que eles se tornaram.

“Pela primeira vez na vida, entendi que lar não é um lugar, e sim uma pessoa. Quando eu estava perdido naquela noite, fugi para Kennedy e, para minha sorte, ela me deixou entrar.”

Brittainy C. Cherry

UM POUCO DE MENOS?

Algumas – pouquíssimas – coisas me deixaram um pouco frustrada enquanto eu lia. A irmã dela, Yoana, apareceu bem esporadicamente e só quando foi realmente necessária. Além disso, Kennedy e Yoana ficaram um ano sem falar e quando a Kennedy voltou a irmã prontamente deu uma casa – UMA CASA INTEIRA – para ela, com alguns móveis.

Nada contra Irmãs Que Dão Imóveis, mas achei a grandiosidade do presente um pouco desconexa com o fato de elas não se falarem há tanto tempo.

Além disso, a cidade Havenbarrow é pintada com uma cidade do interior fofa e pitoresca, mas a Kennedy só conhece vizinhos fofoqueiros e maldosos. Demorei um pouco para entender que, obviamente, aquele era o ponto de vista dela, mesmo assim acho que ficaria mais crível se ela mostrasse um pouco mais da cidade, senti muita falta disso.

A LEITURA VALE MUITO A PENA

Apesar disso, Tempestades do Sul é ótimo, um dos meus favoritos da autora! Escrito em primeira pessoa, com os pontos de vistas da Kannedy e do Jax e traz personagens secundários engraçados e alto astral. A escrita dela continua impecável e fluida como sempre, e o livro é lindíssimo!

Me tirou algumas (muitas) lágrimas ao longo do livro. As cenas que a Kennedy fala da filha simplesmente me quebrou em setenta e três pedaços. Inclusive, estou tentando juntar meus cacos até agora (e provavelmente nunca vou conseguir).

“Eu amo seus cacos, porque eles mostram que você viveu. Eles mostram que você tem coragem suficiente para se jogar no mundo, por mais que seja difícil às vezes.”

Não dá para abrir a história da Kennedy e do Jax achando que vai encontrar o puro suco do romance, porque não é isso que vai acontecer. Tempestades do Sul não é só mais uma história de amor. É uma história para a vida, uma lição de amor-próprio e, principalmente, de superação.

O livro prende e te faz questionar o tempo todo. Com frequência me imaginei o que faria no lugar deles e já estou ansiosa para ler os outros livros da série, que com certeza promete muito!

Espero que gostem de Tempestades do Sul assim como eu!

Aproveitem para conhecer os outros livros da Galera Record 🙂

Beijinhos, Lorh!

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7 Comentários

  1. Oie, amo seus resumos.
    Você não vai ler as continuações?
    O segundo conta a história do Connor, e se gostou do primeiro, te garanto que se apaixonará pelo 2º livro.

  2. O título do livro já sugere que terá dramas, fiquei curiosa em ler, parece ser um livro que fala muito da realidade de alguns, parte da tua resenha me fez pensar em mim mesmo em alguns momentos, com certeza amei a indicação!

  3. Oi! Eu adorei a resenha 🙂 a história é bem interessante, vou por na lista de leitura 📚

  4. Eu acho incrível como a Lorh consegue me fazer querer ler autores que eu nunca tive vontade kkkk

    Eu amei a resenha e estou ansiosa para mais! Já vou comprar meu exemplar de Tempestades do Sul 🥺

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