Um lugar muito distante

Um Lugar Muito Distante – Jenny Colgan

Oi gente, como vocês estão? No início desse ano me propus a fazer coisas diferentes, e me arriscar mais. Além da faculdade, curso de coreano, e neurociência, achei legal ler um romance. Mas não qualquer um. Um lugar muito distante é ambientado sabe onde? Escócia ♡

Jenny Colgan é uma das autoras queridinhas da Editora Arqueiro, seus livros fazem parte da coleção Romances de Hoje. Essa série conta ainda com Lucy Diamond e Jill Mansell. Aqui no blog já falamos sobre Os segredos da felicidade e Desencontros à beira-mar, quem lembra? ♡

Depois de tantos elogios nas redes sociais me rendi. Porém o que mais chamou minha atenção foi a história me levar para as terras altas. Se você é seguidor antigo sabe o quanto sou fã de Outlander, e que um dos meus sonhos é conhecer as locações da série. Então quando li a sinopse desse conto não pensei duas vezes.

Sobre Um lugar muito distante

Lorna mora na ilha escocesa de Mure, um dos lugares mais distantes que alguém poderia imaginar. Ela é diretora de uma escola. Além de todas as obrigações que o trabalho lhe impõe, ela precisa se preocupar com a saúde de seu pai. Ele, já idoso, não aceita ir ao médico, tomar remédios, ou mesmo ser cuidado. Acredita que tudo se resolve com uísque.

A pequena ilha tem apenas um médico e bem idoso. Seus filhos, após se formarem, foram para o continente e não pensam em voltar. Nenhum outro médico, até o momento, quis seguir carreira numa ilha no fim do mundo. Esse é um dos dilemas dos moradores de Mure.

“A pequena onda de calor tinha pegado todo mundo de surpresa, mas era perfeita, pois a areia branca e macia estava aquecida sob os pés descalços. Parecia um presente o sol estar tão quente antes do início oficial do verão.”

No entanto, isso está para mudar. Saif Hassam é um refugiado. Ele é da Síria, mas estudou medicina em Londres. E agora, que está sem família, sem emprego, e sem perspectiva de futuro, sua única opção é aceitar o emprego que lhe ofereceram numa ilha remota que ele nem tem ideia de onde fica.

Se ele aceitar o emprego poderá exercer a profissão que tanto gosta, ter um lugar seguro para ficar, e quem sabe descobrir o que de fato aconteceu com sua família.

Por dentro da história

Esse foi meu primeiro contato com a escrita da Jenny, confesso que achei leve, simples, e envolvente. Mesmo abordando indiretamente temas sérios como guerra, refugiados, e luto, senti que a história poderia ser facilmente adaptada e se tornar um filme de sessão da tarde. Me fez lembrar de A última música, com a Miley Cyrus.

A pequena ilha da Escócia” é o primeiro livro que nos apresenta a ilha de Mure. “Um lugar muito distante”, por sua vez, é um conto que faz parte desse universo. Ou seja, no livro anterior conhecemos Flora MacKenzie, e agora conhecemos sua melhor amiga Lorna. E para quem tiver mais interesse poderá ler “A praia infinita“, lançado no ano passado, que dá continuidade ao romance de Flora.

Por ser um conto, uma história curtinha, muitas coisas ficam subentendidas. E cabe ao leitor usar sua imaginação para recriar as “peças que faltam”.

“As rosas precoces exalavam sua fragrância primaveril junto com o perfume dos jacintos em meio à grama mais alta. Ela o conduziu até um tronco de árvore robusto, ambos sob um feitiço, sob uma nuvem de noites de verão, dança, riso e música.”

Num primeiro momento conhecemos Lorna, a diretora da escola, uma mulher que saiu de Mure para estudar, se formou, e retornou à ilha por causa da saúde debilitada do seu pai. Por morar numa pequena comunidade, todos se conhecem, o que dificulta arrumar um pretendente. Mesmo assim ela sonha encontrar alguém para viver um romance como a sua amiga Flora.

Outra preocupação de Lorna é conseguir um médico para Mure. O único que atende os moradores dá analgésicos e os manda para casa. Desde que as dores de cabeça do seu pai se tornaram mais frequentes, ela percebeu que apenas remédio não seria a solução. Então é urgente ouvir uma segunda opinião sobre o que está acontecendo com ele.

“Era como se algo tivesse irrompido dentro dele. Um muro tinha desmoronado e, tal como ele temia, depois que começou, Saif não sabia se conseguiria parar.”

Quando menos espera ela recebe uma carta do continente, a boa notícia é que um médico aceitou o emprego.

Todos em Mure estão ansiosos para conhecer o novo médico, a curiosidade é maior ainda por saber que ele é um refugiado de um país que vive em guerra. A autora não se aprofunda em relação aos conflitos no Oriente Médio, mas como li recentemente Na luta, do autor Fabien Toulmé, foi mais fácil compreender porque Saif quis sair de lá com sua família.

Saif Hassam é bonito, alto, inteligente, e um bom médico. Porém não está na ilha para fazer amigos, é somente uma maneira de conseguir descobrir onde está sua família e se todos estão bem. Mas tudo muda quando ele conhece Lorna.

Jenny Colgan

Algumas reflexões

Mudar para um lugar desconhecido nem sempre é fácil, ainda mais quando somos vistos como “forasteiros”. Digo isso porque me senti assim diversas vezes. As pessoas estranhavam o meu sotaque, muitas vezes a minha aparência, e até o meu jeito meio introvertido. É difícil aceitar o novo, mais difícil ainda é fazer parte de um grupo que se conhece desde sempre. Seja no colégio, na faculdade, ou no trabalho.

Quando eu era adolescente sofri muito bullying por causa disso. Por ser diferente. Às vezes eu tentava fazer amizades, mas a maioria das pessoas simplesmente não davam chance. No caso de Saif acontece o contrário, os moradores de Mure estão curiosos sobre ele. É casado? Tem família? Por que aceitou o emprego?

Mas, diferente de mim, é Saif que não pensa em criar laços. Ele se sente como um “ser exótico”, de quem todos falam, querem saber, investigar, mas por curiosidade e não pela pessoa que é. Os moradores ficam curiosos para saber porque ele veio de tão longe para trabalhar ali. Mas depois que descobrem que ele é um “médico de verdade” e receita os remédios como eles esperam, acabam deixando-o em paz.

“Saif observou enquanto Lorna caminhava com firmeza pelas dunas para enfrentar seu novo mundo sozinha. Ficou olhando enquanto ela andava pela trilha acidentada da praia até a estrada tranquila, com os tratores e os cavalinhos, os promontórios rochosos e os vastos campoas de samambaias. Observou até que ela desaparecesse de vista.”

Na infância e adolescência as amizades fluem mais naturalmente porque há trabalhos em grupo, prática de esportes, atividades extra-classe. Mas quando somos adultos, ou ainda depois do casamento, dependendo da personalidade os círculos sociais tendem a ser menores, e com isso a chance de fazer novos amigos também diminui. Há ainda pessoas como a Lara Nesteruk que dizem “ter preguiça” de conhecer alguém e iniciar uma nova amizade.

Acredito, por mim, que a amizade é como um relacionamento amoroso. Exige de nós atenção, dedicação, e tempo. O que muitos não têm ou não estão dispostos com a rotina corrida em que vivemos. É preciso energia para manter uma amizade.

Apesar do comportamento de Saif é interessante acompanhar sua aproximação de Lorna. Ela o acha estranho, ele não quer conversar, mas aos poucos o muro vai dando espaço a um sentimento mais profundo. Criar muros à nossa volta muitas vezes nos impede de viver coisas incríveis. Será que Saif vai aprender isso? #semspoilers

Bom não posso terminar o texto sem dizer que Um lugar muito distante me fez gostar ainda mais da Escócia. Fui pesquisar sobre Mure, mas a autora diz ser um lugar fictício que foi inspirado em suas viagens pelas terras altas. Então, é claro, que passeando por aquelas paisagens de tirar o fôlego encontraremos o cenário dessa história. Faz sentido concorda?

E você, tem curiosidade em ler Um lugar muito distante? Conhece a série Romances de Hoje ou já leu algum livro de Jenny Colgan? Se sim, qual o seu favorito? Conta aqui nos comentários.

Leia essa história ao som de Auld Lang Syne…

Até o próximo post, Érika ♡


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