Memorial Casa Italiana

Uma visita ao Memorial Casa Italiana na Praça das Etnias

Oi gente, tudo bem? Quem assistiu os stories viu que passamos por várias cidades em nossa última viagem. Como sempre não poderíamos deixar de visitar Gramado. Fomos pela primeira vez ao Memorial Casa Italiana, na Praça das Etnias no centro da cidade. Uma verdadeira viagem por essa cultura tão rica.

Se você é novo por aqui e não sabe quando eu era adolescente fiquei um tempo num convento em Curitiba, estudando para ser freira. Nesse período conheci muitas meninas, vindas de várias cidades, algumas que nunca tinha ouvido falar como São Miguel do Oeste, Maravilha, Chapecó, ou Concórdia.

Praça das Etnias
Praça das Etnias

Além do sotaque, completamente diferente do Paraná, o que me chamou atenção foi a descendência italiana. Muitas delas eram netas ou bisnetas de italianos. Algumas falavam italiano desde criança, inclusive tinham a dupla cidadania. Até então o único idioma que eu conhecia era o inglês, então achei incrível poder ouvir e “aprender” palavras soltas em outra língua.

Imigração Italiana
Memorial Casa Italiana

Viajando e conhecendo outras culturas

Como desde criança sempre me mudei bastante meus ouvidos se acostumaram a ouvir sotaques diferentes. É bem legal ter contato com outras culturas, perceber outros costumes, e descobrir que isso torna o Brasil tão rico.

Sempre que tenho oportunidade gosto de visitar museus, feiras, ou mesmo cidades antigas, como é o caso de São Miguel das Missões, para aprender e conhecer mais sobre a história dos lugares. Visitar as ruínas de São Miguel foi uma das experiências mais diferentes que já fiz. Acredito que o fato de algumas viagens me impulsionarem a estudar faça com que eu ame mais ainda aquele lugar.

Na viagem anterior tínhamos fotografado a vila dos imigrantes que tem até uma casa em homenagem à cultura portuguesa. Mas dessa vez ela estava sendo restaurada, ansiosa para ver o que eles estão preparando. Pelo pouco que consegui ver há vestimentas, utensílios de cozinha, e fotografias. É possível ter uma ideia de como estará depois de pronto. Meu namorado tem descendência portuguesa então ele gosta desses passeios tanto quanto eu.

Gramado - RS

Memorial Casa Italiana

Aproveitamos que queríamos fazer algo inédito e fomos ao Memorial Casa Italiana. A guia nos contou que aquela casa estava em outro lugar e eles trouxeram para o centro de Gramado para transformá-la num museu. Tanto que é possível ver as divisões de cada cômodo. A sala, o quarto, porém, o que me chamou mais atenção foi a cozinha. Tem um fogão à lenha igualzinho o que tinha no convento. Vocês não têm ideia o quanto é difícil limpar, ainda mais se ferve leite e derrama ou cozinha feijão e também cai em cima daquela placa.

Se eu fosse escolher a coisa mais marcante do convento seria aquele fogão com certeza. Era um verdadeiro exercício limpá-lo todos os dias. Tirar a lenha, limpar a fuligem, e um detalhe, para a pasta fazer efeito (dar brilho) era necessário limpar o fogão ainda quente, porque se a sujeira ficasse grudada era ainda mais difícil limpar. Sou baixinha então imagina a quantidade de voltas que eram necessárias para eu conseguir limpar todo o fogão (risos). Vê-lo no museu me fez sentir muita nostalgia.

Na exposição vimos como eram as casas dos colonos italianos. Desde rádios, lamparina, louças, máquina de costura, álbum de casamento, comidas da época (como compota de doces e conservas de legumes), tinha até um filtro de barro. Me fez lembrar da casa da minha avó. O ferro de passar roupa é outro item que me chama atenção. Como elas passavam roupa tão bem sem deixar sujar com a fuligem? Sempre me perguntei isso.

Cultura italiana
O fogão do convento era parecido com esse 🙂

História e relíquias da Itália

As malas! Sério me fez lembrar muito as novelas de época como Terra Nostra. Aquelas que parecem caixas grandes e têm fivelas. E os móveis? Fiquei admirada com o tamanho do guarda-roupa, muito pequeno. Me fez refletir sobre o tamanho dos móveis atualmente. Conseguiríamos viver com tão poucas peças de roupa? Me fez lembrar de quando eu era criança e tínhamos as roupas de brincar e as de “ir à missa”. Uma vez voltamos para casa e eu não troquei de roupa e fui brincar. Detalhe: pulei a cerca. Resultado: rasguei o short-saia novinho. Fiquei com tanto medo que corri para casa, tirei, e guardei no fundo da gaveta para minha mãe não encontrar. Senti muita dó porque amava aquela roupa. Mas fiquei com medo de apanhar (risos).

Outra informação interessante é que antigamente não existiam colchões, as camas eram feitas de palha. Achei incrível aprender isso e ver de perto, porque até então só tinha visto em filmes. Lembro de um filme sobre um orfanato, se não me engano, em que as crianças pequenas dormiam desse jeito. Elas ajeitavam as palhas e colocavam uns panos em cima como se fossem lençóis. No museu é parecido, tem a cama e travesseiro o que não havia no filme, pois as crianças ficavam quase no chão.

Memorial Casa Italiana
Cama feita de palha | guarda roupa com vestimentas de época

A importância de manter nossas raízes

Na exposição há muitos livros sobre a cultura italiana, alguns para venda inclusive. A guia que nos atendeu é descendente de italianos e falou um pouco sobre a sua família e a importância de manter as raízes. Os mais novos (leia-se adolescentes) não demonstram interesse em manter viva a lembrança dos antepassados. Eles não têm esse “senso de nostalgia” que os pais ou avós trazem consigo.

Esse diálogo me fez recordar de uma outra cidade que visitei, colonizada por alemães, em que a cultura começa a se perder porque a nova geração não tem muita curiosidade em aprender ou manter certos costumes. O alemão é ensinado nas escolas, então todas as crianças sabem dois idiomas, mesmo assim muito da cultura germânica está se perdendo.

Memorial Casa Italiana
Visão geral da cozinha

Aqui em Itajaí, onde moro, teve colonização portuguesa no século XVIII. Em outubro há uma festa, a Marejada, criada para homenagear a cultura açoriana. No entanto, se você andar pela cidade, não verá muitos sinais dessa cultura. Diferente de outras cidades históricas como São Francisco do Sul, Ouro Petro, São Luís, São João del Rei, ou Tiradentes que preservam uma rica arquitetura e algumas construções tombadas como patrimônio histórico.

Outras cidades igualmente históricas

Confesso que esse é um dos principais motivos que me faz visitar uma cidade. Gosto de visitar fortalezas, casas antigas (como as de pedra em Nova Veneza), os mais diferentes museus (incluindo o da Baleia em São Francisco do Sul), prédios, e as igrejas. Tem algo mais interessante do que admirar a riqueza de detalhes de uma igreja barroca? Desconheço.

Italianos em Gramado
Porta bacia para higiene pessoal

Essa visita ao Memorial Casa Italiana me fez recordar alguns filmes ambientados na Itália que gosto tanto, um deles Cartas para Julieta. Imaginar aquelas paisagens, as casinhas, as parreiras, além é claro, de experimentar o vinho italiano. Desde que conhecemos Nova Veneza, meu namorado e eu, temos nos dedicado a aprender mais sobre tipos de vinhos, combinação com os mais diferentes pratos, e também presentear. Sempre que viajamos compramos vinhos para dar de presente aos nossos amigos. Eles têm aprovado as nossas escolhas (risos).

De acordo com a guia muitos colonos permanecem no interior. Acredito que, de alguma forma, essa vida mais bucólica os lembre de sua terra natal. Eu, por exemplo, sempre que viajo procuro saber se naquela cidade tem um lago semelhante ao Lago Igapó em Londrina. Descobri em São Francisco de Paula, Campo Grande, Canela, e Gramado. De alguma forma me faz sentir mais perto de casa. Caso você não saiba, eu morava em Londrina ♡

Memorial Casa Italiana

Bom, esse foi o passeio pelo Memorial Casa Italiana que fica na Praça das Etnias. Espero que tenham gostado de saber um pouco mais sobre a cultura italiana e sua colonização em Gramado.

E você, conhece algum descendente de italiano? Tem curiosidade em aprender o idioma? Acredita que é importante manter nossas raízes e passar nossos costumes adiante?

Informações:

Memorial Casa Italiana
R. Cel. João Corrêa, 2-88 – Bairro Belverede
Gramado – RS
Horário: 8:00 – 18:00
Entrada R$ 5,00

Até o próximo post, Érika ♡


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4 Comentários

  1. Como é bom viajar e conhecer novas culturas, Érika!! Ultimamente não tenho viajado, então fico feliz de poder viajar através das suas postagens!! Quem sabe um dia desses irei a Gramado e visitarei esse Memorial. Um abraço!

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